Embalada
pelo barulhinho da chuva no telhado consegui, finalmente, fazer a peça antiga de zigzag funcionar.
Enquanto me
divertia imaginava que, há uns 60 anos atrás, alguma mulher, em estado de puro encantamento, se maravilhava com a tecnologia e a possibilidade de fazer, não só o
zigzag mas, “vários” outros pontinhos.
E mais,
estes “vários" pontinhos poderiam ser combinados entre si e executados em três
(!) tamanhos diferentes e muitas larguras dependendo da regulagem que se desse
ao ponto. Um assombro!
Um
aparelho fantástico, para a época, e uma mão na roda para as costureiras de
então. Os resultados compensavam a trabalheira do tira e põe o aparelho, regula
daqui, regula dali...
Aí vieram
as maquinas que fazem zigzag só girando algum botão e, as mais modernas,
podiam ainda, com a troca simples de alguns discos, fazer pontinhos
decorativos. Um luxo!
Agora, existem
as que, eletronicamente, enfiam a linha na agulha, recarregam a bobina, cortam
o fio e, isto tudo sem falar, nas centenas de pontinhos que fazem e nas que
bordam “sozinhas”...
Se pudesse vê-las, o que
pensaria então, a maravilhada senhora que, um dia no passado, se achou a mais
privilegiada das costureiras por possuir este obsoleto e rudimentar aparelho de
fazer zigzag ?
O que pensará uma senhora, lá pelo ano 2074 que, numa tarde de chuva, se encontrar frente a frente com nossas maravilhosas maquinas de costura e bordado eletrônicas de hoje?
Viva a
tecnologia e muito obrigada a Heather e Salete que me enviaram endereços eletrônicos para
tentar conseguir o manual e, obrigada principalmente a Noemia Pyles que, pacientemente, escaneou
e me enviou o manual (em português!!!!).
O aparelho não havia funcionado, da
primeira vez que o testei, simplesmente por falta de lubrificação...